Você se lembra de quanto custava um Volkswagen Gol 0 km há dez anos? Cerca de R$ 34.000 o que o coloca no topo das paradas de sucesso da época. Hoje, o mesmo carro, mesmo novo, custa R$ 68,3 mil.
Ou seja, ele dobrou de valor em uma década. Mas a notícia não para por aí. Segundo a consultoria KBB Brasil, especializada no mercado automotivo, o preço médio dos dez carros mais vendidos do país triplicou nos últimos dez anos.
Para se ter uma ideia, a inflação acumulada medida pelo índice IPCA foi de aproximadamente 76,7%, segundo a Calculadora do Cidadão do Banco Central. Já o preço médio dos dez veículos mais vendidos subiu 189,6%.
A lista, no entanto, também mudou. Segundo o ranking dos modelos mais vendidos da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias, em 2011, todos os veículos listados estavam nas categorias compactas de entrada, ou seja, os chamados “populares”. E, segundo KBB Brasil, nenhum deles ultrapassava o limite de R$ 40 mil de preço médio. Na época, o Chevrolet Celta era o mais barato (média de R$ 24.735) e o Volkswagen Voyage, o mais caro (em torno de R$ 39.475). A média do preço dos 10 carros mais vendidos da época girava em torno de R$ 33.327.
Agora, no entanto, o cenário é bem diferente. Primeiro porque na lista passaram a figurar veículos mais caros (vide o exemplo do Gol). Para se ter uma ideia, dos 10 carros, quatro são modelos da categoria SUVs. Hoje, o carro com o preço médio mais barato da lista é o Renault Kwid, com R$ 49.335. Já o mais caro é o Jeep Compass, com preço médio de R$ 187.190. Assim, o preço médio dos dez mais vendidos de 2021 é praticamente três vezes maior do que o dos de 2011, em R$ 96.528.
A conclusão da KBB com o estudo é que não só os preços aumentaram, como também o perfil dos carros mais buscados mudou.
“Se há uma década – quando o mercado brasileiro acumulava quase 3,5 milhões de unidades 0 km licenciadas ao ano – os veículos mais vendidos poderiam ser considerados, todos, populares, hoje apenas dois modelos poderiam se enquadrar nesta categoria (e com ressalvas quanto à real acessibilidade devido ao preço médio mais elevado)”, afirma a consultoria em nota.
Via: Valor